Sinto
que meus pés irão perder o sentido de caminhar por algum tempo.
Sinto as
palavras saltarem de mim sem comprometimento com uma noção de serem, apenas
deslizam pelo encantamento e forma as coisas que nunca antes acreditei possuir.
Meu
punho se desliza e costumeiramente meus dedos tocam o dedilhar das teclas que
insistem em seu tilintar de sons desconexos.
Os sons
penetram em meus ouvidos e sinto lá em meus profundos, o sentir das coisas.
Percorro
com meus dedos as paredes manchadas, cores se apresentam meu globo, cheiros,
fumaças, sozinho e não sei para qual cômodo vou.
Tenho
tudo sobre controle, que nada, tenha nada absolutamente nada sobre o meu
controle, controle que pesa, desconecta, desapega, inconstante.
Perguntas
saem de minha boca profanando o imundo, o inaudível, o incontestável, cale a
boca seu imundo, fique na sua, tenho tudo sobre meu controle, vozes, sonoras, musicas,
detido, sentindo pena de mim mesmo, sem noção, numa boa!
Sinto
meus sentidos se perderem, não penso, não crio, não sinto, apenas vazio,
vagabundando, meditando, cuidando de quem?
Raiva, grito porque calo os calos,
me calo.E então
amaldiçoo, respiro, calunio.
Tento
sonar as palavras, mas estou longe.
Estou
longe de tudo.
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